Tito Lívio
Historiador Romano (59 a.C. - 17 d.C.)Tito Lívio foi um historiador romano, autor da obra Ab urbe condita (Desde a fundação da cidade), onde tenta relatar a história de Roma desde o momento tradicional da sua fundação, 753 a.C., até o início do século I da Era Cristã. É composta por 142 livros, dos quais apenas 35 chegaram a nós. Foi uma realização impressionante em tamanho e abrangência, tornando-se posteriormente um clássico e influenciando a historiografia produzida até o século XVIII. Quintiliano enumera Tito Lívio entre os maiores historiadores de todos os tempos, do mesmo nível de Heródoto; Tito Lívio "tem um charme maravilhoso, é transparente na narrativa, enquanto que seus discursos são eloquentes além do que é possível descrever, e admiravelmente adaptados em tudo que é dito tanto às circunstâncias quanto ao local."
Ele escreveu sua história com relatos embelezados do heroísmo romano, a fim de promover o novo tipo de governo implementado por Augusto. No prefácio de sua obra, ele disse que não se importava se sua fama pessoal permanecesse nas trevas, desde que seu trabalho ajudasse a "preservar a memória dos feitos da maior nação do mundo". Como Lívio estava escrevendo, principalmente, sobre eventos que ocorreram centenas de anos antes, o valor histórico de sua obra é questionável, embora muitos romanos acreditassem que seu relato fosse verdadeiro. Tito Lívio mesmo nos diz como a falta de documentação anterior à 390 a.C., próxima à época do saque de Roma pelos gauleses, tornou mais imprecisa e insegura a narração dos fatos mais antigos da história da cidade, que então se baseou, boa parte, em relatos míticos, como o dos antigos reis.
Tito Lívio nasceu em Patavium, no norte da Itália. Em suas obras, Lívio frequentemente expressou seu profundo afeto e orgulho por Patavium, a cidade era bem conhecida por seus valores conservadores na moralidade e na política. A adolescência de Lívio foi durante um período de inúmeras guerras civis em todo o mundo romano. O governador da Gália Cisalpina na época, Asinius Pollio, tentou influenciar Patavium para apoiar Marco Antônio. Os ricos cidadãos de Patavium recusaram-se a contribuir com dinheiro e armas e se esconderam. Pollio então tentou subornar os escravos daqueles cidadãos ricos para expor o paradeiro de seus senhores; seu suborno não funcionou e os cidadãos, em vez disso, juraram lealdade ao Senado. É provável que as guerras civis romanas impediram Tito Lívio de buscar uma educação superior em Roma, ou de fazer uma excursão pela Grécia, o que era comum entre os adolescentes nobres da época.
Lívio foi educado em filosofia e retórica. Parece que tinha os recursos financeiros e os meios para viver uma vida independente, embora a origem dessa riqueza seja desconhecida. Estabeleceu-se em Roma no ano de 30 a.C., e adquiriu grande prestígio junto a Augusto, sendo nomeado preceptor do jovem Cláudio, futuro imperador. Apesar disso, manteve-se isolado da política e do círculo de literatos que rodeava o imperador, que incluía Virgílio, Horácio e Ovídio, e, graças a essa independência, pôde expressar suas próprias ideias. Tito Lívio era casado e tinha pelo menos uma filha e um filho. Morreu em sua cidade natal em 17 d.C..
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