Clássicos Literários Lista completa dos clássicos da literatura publicados em português.

Snorri Sturluson

Historiador Islandês (1179-1241)

Snorri Sturluson foi um historiador, poeta e político islandês da Idade Média. Ele foi eleito duas vezes como orador do parlamento islandês, o Althing. Atribui-se a Snorri a autoria da chamada Edda em Prosa, um manual de poesia escáldica e uma compilação de lendas, que é a principal fonte literária da mitologia nórdica, e ainda da Heimskringla, uma crónica dos reis noruegueses. Grande parte de sua vida é conhecida através da Saga de Sturlung, uma saga histórica que conta a história de Snorri e outros membros da família Sturlung.

Snorri Sturluson nasceu em 1179. Era filho de Sturla, um chefe local da Islândia ocidental, cujos descendentes dão nome à chamada Era de Sturlung da história islandesa, na primeira metade do século XIII. Quando tinha dois ou três anos de idade, Snorri foi enviado à casa de um dos mais importantes líderes da Islândia medieval, Jon Loptosson, como parte de um trato para encerrar um conflito entre este e Sturla. A ida de uma criança para ser criada na casa de outro líder era comum na época, e Snorri passou dezesseis anos em Oddi, a propriedade de Loptosson, que era um importante centro cultural naquele país. Em Oddi, Snorri deve ter tido contato com o latim, obras teológicas, a poesia antiga e as sagas islandesas.

Aos dezenove anos, Snorri casou-se com Herdis, filha do Padre Bersi, e tornou-se um homem rico com a morte do sogro em 1202. Um sinal de seu prestígio e poder é o fato de ter sido eleito por duas vezes "legífero" do parlamento islandês, o cargo mais alto na antiga Comunidade Islandesa.

Em 1218, viajou à Noruega para fazer alianças entre a nobreza norueguesa. Foi bem recebido pelo rei Haakon IV da Noruega (então com 14 anos) e pelo jarl (conde) Skule Bardsson, sendo nomeado escudeiro e vassalo. Retornou à Islândia dois anos depois, onde escreveu o Háttatal, uma lista de métricas poéticas, em homenagem ao rei e ao conde. Este longo poema compõe a última parte da Edda em Prosa.

Na Islândia, a situação política de Snorri tornou-se difícil. Seu sobrinho, Sturla Sighvatsson, liderou uma força armada contra ele em Reykholt em 1236. Snorri fugiu para Noruega, onde o rei Haakon e o agora duque Skule encontravam-se em meio a um conflito. Passou dois invernos no país, na companhia de Skule e seus parentes, tendo sido designado conde (jarl) pelo duque. O rei Haakon, desconfiando da amizade entre os dois, proibiu Snorri de deixar a Noruega, mas este viajou mesmo assim. Seu irmão e sobrinho haviam sido mortos numa batalha, o que permitiu a Snorri retornar à Islândia sem temor.

O rei Hakon derrotou as forças de Skuli numa batalha no verão de 1240. Snorri foi declarado traidor, e um emissário do rei, Gissur Torvaldsson, foi enviado à Islândia com ordens de trazê-lo de volta à Noruega ou matá-lo. Os homens de Gissur surpreenderam Snorri em suas terras em Reykholt e o assassinaram no outono de 1241.

Como historiador e mitógrafo, Snorri é famoso por ter sustentado a teoria, na Edda em Prosa, que os deuses mitológicos começam como reis e líderes de guerras, cujos sítios funerários se tornaram objeto de culto. À medida que as pessoas invocam esses líderes mortos quando vão à batalha, elas começam a venerar a figura. Eventualmente, o rei ou soldado é lembrado apenas como um deus. Ele também propôs que quando uma tribo derrota outra, explica sua vitória dizendo que seus deuses estavam em guerra com os deuses dos outros.

Mais Informações: Wikipédia Inglesa

Obras de Snorri Sturluson

Edições em Português

Edda em Prosa