Salústio
Historiador Romano (86-34 a.C.)Caio Salústio Crispo foi um historiador, político e senador romano do período republicano, um dos grandes escritores e poetas da literatura latina. É o primeiro historiador romano conhecido com obras sobreviventes em seu nome, das quais A conjuração de Catilina (sobre a conspiração de L. Sergius Catilina em 63 a.C.), Guerra jugurtina (sobre a guerra de Roma contra o rei númida Jugurtha de 111 a 105 a.C.) e as Histórias (das quais apenas fragmentos sobreviveram) ainda existem. Salústio foi influenciado principalmente pelo historiador grego Tucídides.
Há poucas informações certas sobre a vida de Salústio. Nasceu em Amiterno, na Sabina, em 86 a.C.. Sua família, provavelmente plebéia, mas de condição abastada e ligada à nobreza local, logo se mudou para Roma, onde pôde dedicar-se à uma carreira política. Em 54 a.C., Salústio iniciou seu cursus honorum com o cargo de questor (magistrado menor). É possível levantar a hipótese de que, sendo homo novus (alguém que vinha de uma família na qual ninguém tenha ocupado cargos públicos), achava natural aliar-se ao partido popular, cujo líder era Júlio César, neto e herdeiro político de Caio Marius.
Em 52 a.C. ocupou o cargo de tribuno da plebe, e em 51 a.C. tornou-se senador, sempre sendo um fiel apoiador de César na luta contra Pompeu. Em 50 a.C. foi expulso do senado probri causa, ou seja, "por indignidade moral", por ter cometido adultério com a esposa de Milone; no entanto, parece ter sido uma vingança política promulgada pela oligarquia senatorial, e em particular por Appio Claudio Pulcro e Lucio Calpurnio Pisone, censores no cargo naquele ano e apoiadores de Pompeu.
Imediatamente após sua expulsão do Senado, Salústio juntou-se a César na Gália, e esteve ao seu lado na guerra civil de 49 a.C., durante a qual Salústio se tornou um dos líderes do partido cesariano; no mesmo ano foi readmitido no senado por intercessão de César, e dois anos depois foi designado para o tribunal distrital. No mesmo ano, ele participou da batalha decisiva de Tapso; naquela ocasião ele provavelmente deu boas provas de si mesmo, já que, após a derrota dos pompeus, foi reconfirmado na corte e nomeado governador da recém-nascida província norte-africana, África Nova. Nos dezoito meses de seu mandato ele foi capaz de enriquecer-se excessivamente, confiscando as riquezas do último rei númida, Juba I, e cobrando propinas na contratação pública. Seu mau governo rendeu-lhe, ao retornar a Roma, a acusação de repetundis (extorsão).
Posteriormente casou-se com Terenzia, ex esposa de Cícero, de quem se spanorciou em 46 a.C.. Com a morte de César, em 44 a.C., a carreira política de Salústio terminou. Ele então se dedicou ao ócio privado e à composição de suas obras históricas. No prefácio de A conjuração de Catilina, Salústio diz que sempre considerou sua carreira política uma fase transitória atormentada antes de chegar à historiografia.
Mais Informações: Wikipédia Italiana