Clássicos Literários Lista completa dos clássicos da literatura publicados em português.

Photios

Patriarca de Constantinopla (820-891)

Photios I de Constantinopla é considerado o mais poderoso e influente patriarca de Constantinopla desde João Crisóstomo, e como o mais importante intelectual de seu tempo. Ele foi uma figura central tanto na conversão dos eslavos ao cristianismo quanto no cisma de Photios. Ele é reconhecido pela Igreja Ortodoxa como São Photios, o Grande.

A maior parte das fontes primárias sobre a vida de Photios foi escrita por pessoas hostis a ele. Os estudiosos modernos são, por isso, cautelosos quanto tentar inferir a acuracidade dessas informações. Pouco se sabe sobre a origem e os primeiros anos de Photios. Sabemos que ele nasceu em uma família nobre e que seu tio, Tarásio de Constantinopla, fora patriarca entre 784 e 806 sob a imperatriz Irene e Nicéforo I.

Embora Photios tenha tido uma excelente educação, não sabemos nada sobre ela. A famosa biblioteca que ele possuía atesta a sua famosa erudição (teologia, gramática, filosofia, direito, ciências naturais e medicina). Photios diz que, quando jovem, ele tinha um pendor pela vida monástica, mas, ao invés dela, optou por iniciar uma carreira secular. O caminho do serviço público provavelmente se abrira para ele quando o seu irmão Sérgio se casou com Irene, irmã da imperatriz Teodora, que, após a morte de seu marido Teófilo em 842, assumira a regência do império. Photios então se tornou o capitão da guarda e, posteriormente, primeiro secretário imperial.

A carreira eclesiástica de Photios avançou de forma invulgar após o césar Bardas e seu sobrinho, o jovem imperador Miguel, colocarem um fim na administração da regente Teodora e do logóteta do dromo Teoctisto, em 856. Em 858, foi a vez de Bardas se ver em conflito com o patriarca Inácio de Constantinopla, que se recusava a admiti-lo em Santa Sofia por causa de seu relacionamento com a sua nora, que era viúva. Em resposta, Bardas e Miguel tramaram a deposição de Inácio e o prenderam sob acusações de traição, deixando o trono vago. Bardas logo o preencheu com Photios, que foi tonsurado em dezembro daquele ano e, nos quatro dias subsequentes, foi ordenado leitor, subdiácono, diácono e padre. Ele foi consagrado como patriarca de Constantinopla no Natal.

Esta confusão mudou com o assassinato do patrocinador de Photios, Bardas, em 866, e do imperador Miguel no ano seguinte pelo seu co-imperador Basílio I, o Macedônio, que usurpou o trono. Photios foi deposto como patriarca, não tanto por ser protegido de Bardas e Miguel, mas por que Basílio procurava uma aliança com o papa e com o imperador do ocidente. Photios foi removido do cargo e banido em 867, e Inácio foi reinstalado em novembro. Photios então foi condenado pelo Concílio de 869-870.

Não muito depois de sua condenação, Photios conseguiu se reconciliar com Basílio e se tornou o tutor dos filhos do imperador. Logo após Photios ter sido convidado a se juntar à corte, ele e Inácio se encontraram e se reconciliaram publicamente. Photios agora obteve o reconhecimento formal do mundo cristão num concílio reunido em Constantinopla em novembro de 879. Os legados do papa João VIII compareceram, preparados para reconhecerem Photios como patriarca legítimo. O patriarca permaneceu firme nos principais pontos de contestação entre as igrejas do ocidente e do oriente, o pedido de desculpas exigido pelo papa, a jurisdição sobre a Bulgária e a introdução da cláusula Filioque no credo niceno-constantinopolitano. Eventualmente, Photios se recusou a se desculpar ou aceitar a inclusão do Filioque e os legados tiveram que se contentar em retornar para casa apenas com a jurisdição sobre a Bulgária para Roma. Esta concessão, porém, era puramente formal, pois a Bulgária retornou ao rito bizantino em 870 e já havia assegurado para si o status de igreja autocéfala. Sem o consentimento de Bóris I da Bulgária, o papado não tinha a menor condição de fazer valer suas pretensões sobre o território.

Basílio morreu em 886 num acidente de caça, segundo a história oficial. Leão se tornou imperador e dispensou Photios, que havia sido seu tutor. Ele foi substituído pelo irmão do imperador, Estêvão I, e enviado para exílio no mosteiro de Bordi, na Armênia. É possível confirmar, pelas cartas do papa Estêvão V, que Leão arrancou uma renúncia de Photios. Como persona non grata, Photios provavelmente retornou à força para a vida monástica.

Photios continuou sua carreira como um escritor no reino de Leão, que provavelmente reabilitou a sua reputação nos anos seguintes. Em seu Epitáfio (Epitaphios), sobre seus irmãos, um texto provavelmente escrito em 888, o imperador representa Photios favoravelmente, retratando-o como o patriarca legítimo e um instrumento de unidade, uma imagem em contraste com as suas ações contra ele em 886. A confirmação de que Photios fora reabilitado apareceu depois de sua morte: de acordo com algumas crônicas, foi permitido que seu corpo fosse sepultado em Constantinopla. A Igreja Ortodoxa venera Photios como um santo, comemorado no dia 6 de fevereiro.

Mais Informações: Wikipédia Inglesa

Obras de Photios

Edições em Português Sem obras traduzidas.