Lucrécio
Poeta Romano (99-55 a.C.)Tito Lucrécio Caro foi um poeta e filósofo romano, sua única obra conhecida é o poema filosófico Da natureza das coisas, uma obra didática sobre os princípios e a filosofia do epicurismo. Da natureza das coisas teve uma influência considerável sobre os poetas augustanos, particularmente Virgílio e Horácio. A obra quase foi perdida durante a Idade Média, mas foi redescoberta em 1417 em um mosteiro na Alemanha por Poggio Bracciolini, e desempenhou um papel importante no desenvolvimento do atomismo e nos esforços de várias figuras do Iluminismo para construir um novo humanismo cristão. O poema científico de Lucrécio tem uma descrição notável do movimento browniano das partículas de poeira, ele usa isso como prova da existência de átomos.
Lucrécio foi o primeiro escritor conhecido a apresentar aos leitores romanos a filosofia epicurista. O poema, escrito em cerca de 7.400 hexâmetros dactílicos, é spanidido em seis livros sem títulos, e explora a física epicurista por meio de linguagem e metáforas ricamente poéticas. Lucrécio apresenta os princípios do atomismo, a natureza da mente e da alma, as explicações da sensação e do pensamento, o desenvolvimento do mundo e seus fenômenos, e explica uma variedade de fenômenos celestes e terrestres. O universo descrito no poema opera de acordo com esses princípios físicos, guiado pela fortuna (acaso), e não pela intervenção spanina e pelas explicações religiosas do mundo natural. Ele recebeu o crédito de dar origem ao conceito do sistema das três idades (periodização da história humana) que foi formalizado em 1836 por Thomsen.
Em uma carta de Cícero a seu irmão Quintus, 54 a.C., Cícero disse: "Os poemas de Lucrécio são como você escreve: eles exibem muitos lampejos de gênio e, ainda assim, mostram grande maestria." Virgílio escreve no segundo livro de sua Geórgicas, aparentemente referindo-se a Lucrécio: "Feliz é aquele que descobriu as causas das coisas e se lançou sob seus pés todos os medos, o destino inevitável e o estrondo do submundo devorador."
Praticamente nada se sabe sobre a vida de Lucrécio, provavelmente era membro da aristocracia, e seu trabalho mostra um conhecimento íntimo do estilo de vida luxuoso em Roma. O amor de Lucrécio pelo campo convida à especulação de que ele habitava propriedades rurais familiares, como muitas famílias romanas ricas, e ele certamente foi educado com muito carinho com um domínio do latim, grego, literatura e filosofia.
Escrevendo quatro séculos após a morte de Lucrécio, Jerônimo afirma no referido Chronicon que Lucrécio "foi levado à loucura por uma poção do amor, e quando, durante os intervalos de sua insanidade, ele escreveu uma série de livros, que foram posteriormente corrigidos por Cícero, ele suicidou-se aos 44 anos de idade." A alegação de que ele enlouqueceu por causa de uma poção do amor, embora defendida por estudiosos como Reale e Catan, é frequentemente rejeitada. Em alguns relatos, a administração do afrodisíaco tóxico é atribuída a sua esposa Lucilia. Independentemente disso, a imagem que Jerônimo cria de Lucrécio como um poeta louco e apaixonado, continuou a ter uma influência significativa na erudição moderna até muito recentemente, embora agora seja aceito que tal relato seja impreciso.
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