Clássicos Literários Lista completa dos clássicos da literatura publicados em português.

Horácio

Poeta Romano (65-8 a.C.)

Quinto Horácio Flaco foi um poeta lírico e satírico de enorme prestígio em Roma. O retórico Quintiliano considerou suas Odes como as únicas obras líricas em latim que valem a pena ler: "Ele pode ser altivo às vezes, mas também é cheio de charme e graça, versátil em suas figuras e, felizmente, ousado em sua escolha de palavras." Horácio pode ser considerado o primeiro autobiógrafo do mundo. Em seus escritos, ele nos conta muito mais sobre si mesmo, seu caráter, seu desenvolvimento e seu modo de vida, do que qualquer outro grande poeta da antiguidade. Parte do material biográfico contido em sua obra pode ser complementado pela curta, mas valiosa, "Vida de Horácio", de Suetônio (em Vidas dos Poetas).

Horácio nasceu em 65 a.C. em Venusia, ao sul da Itália. O pai de Horácio era provavelmente um venutiano levado cativo pelos romanos na Guerra Social, ou possivelmente ele era descendente de um sabino capturado nas Guerras Samnitas. De qualquer forma, ele foi um escravo pelo menos parte de sua vida. Ele era evidentemente um homem de fortes habilidades, e conseguiu ganhar sua liberdade e melhorar sua posição social. Assim, Horácio afirmou ser o filho nascido livre de um próspero 'coator'. O termo 'coator' pode denotar várias funções, como coletor de impostos. O pai gastou uma pequena fortuna na educação do filho, eventualmente acompanhando-o à Roma para supervisionar sua escolaridade e desenvolvimento moral.

Horácio deixou Roma, possivelmente após a morte de seu pai, e continuou sua educação formal em Atenas, um grande centro de aprendizagem no mundo antigo, onde chegou aos dezenove anos de idade, matriculando-se na Academia. Fundada por Platão, a Academia era agora dominada por epicureus e estóicos, cujas teorias e práticas impressionaram profundamente o jovem. Foi também em Atenas que ele provavelmente adquiriu profunda familiaridade com a antiga tradição da poesia lírica grega.

Os problemas de Roma após o assassinato de Júlio César logo o alcançariam. Marcus Junius Brutus veio a Atenas em busca de apoio para a causa republicana. Brutus era festejado pela cidade em grandes recepções e fazia questão de assistir palestras acadêmicas, enquanto recrutava apoiadores entre os jovens que ali estudavam, incluindo Horácio. Um jovem romano instruído poderia começar o serviço militar no alto escalão, e Horácio foi nomeado tribunus militum (um dos seis oficiais superiores de uma legião típica). Ele aprendeu o básico da vida militar durante a marcha, particularmente nas regiões selvagens do norte da Grécia, cujo cenário acidentado se tornou o pano de fundo para alguns de seus poemas posteriores. Foi lá, em 42 a.C., que Otaviano e seu associado Marco Antônio esmagaram as forças republicanas na Batalha de Filipos. Horácio mais tarde registrou, como um dia de constrangimento para si mesmo, quando ele fugiu sem seu escudo, mas deve-se levar em conta seu humor autodepreciativo.

Otaviano ofereceu uma anistia antecipada a seus oponentes, e Horácio a aceitou rapidamente. Ao retornar à Itália, ele foi confrontado com outra perda: a propriedade de seu pai em Venusia foi uma das muitas em toda a Itália a ser confiscada para o assentamento de veteranos (Virgílio perdeu sua propriedade no norte na mesma época). Horácio mais tarde afirmou que ele foi reduzido à pobreza. Enquanto isso, ele obteve a sinecura de scriba quaestorius, um cargo de serviço civil no Tesouro. Nessa época ele começou a escrever suas Sátiras e Epodos.

Horácio conheceu o poeta Virgílio, que o apresentou a Mecenas que, após nove meses, o convoca para integrar o círculo de artistas protegidos pelo imperador, tornando-se assim um dos poetas oficiais do estado, tendo a amizade a partir dali aumentado a tal ponto que o protetor deu-lhe de presente uma vila. Eclodem, então, as lutas de Otaviano contra Cleópatra e Marco Antônio (32-30 a.C.), tomando então Horácio partido do primeiro que, sagrando-se vitorioso em Ácio, dele recebeu exultação pela conquista. Tendo início o Império, e Otaviano passando a chamar-se Augusto, tem início um período de paz que o poeta louvou, agradando ao imperador que, então, lhe oferece o cargo de secretário, sendo a oferta recusada. Também recusa os pedidos de Mecenas e Augusto para que cantasse os feitos guerreiros, preferindo exaltar o papel de pacificador, dedicando-se aos poemas curtos e com temas variados. O poeta morreu aos 56 anos, pouco depois do amigo Mecenas, cujo túmulo foi sepultado próximo.

Mais Informações: Wikipédia Inglesa

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