Clássicos Literários Lista completa dos clássicos da literatura publicados em português.

Fedro

Fabulista Romano (Século I d.C.)

Caio Júlio Fedro foi um fabulista romano nascido na Macedônia, Grécia. Poucos fatos são conhecidos sobre ele com certeza, e havia pouca menção de seu trabalho durante a antiguidade tardia. Foi somente com a descoberta de alguns manuscritos imperfeitos durante e após o Renascimento que sua importância emergiu, tanto como autor como na transmissão das fábulas.

A fábula, por ser uma pequena narrativa, serve para ilustrar algum vício ou alguma virtude e finaliza, invariavelmente, com uma lição de moral. A grande maioria das fábulas retratam personagens como animais ou criaturas imaginárias (criaturas fabulosas), que representam de forma alegórica os traços de caráter (negativos e positivos) dos seres humanos.

Coube a Fedro, quando se iniciou na literatura, enriquecer estilisticamente muitas fábulas de Esopo (escritor da Grécia Antiga), a quem se referia como criador do gênero da fábula. Todas essas fábulas não estavam escritas, mas transmitidas oralmente, com o objetivo de o ensino, a fixação e a memorização dos valores morais do grupo social. Deste modo, Fedro, como introdutor da fábula na literatura latina, redigia suas fábulas, normalmente sérias ou satíricas, tratando das injustiças, dos males sociais e políticos, expressando as atitudes dos fortes e oprimidos, mas ocasionalmente breves e spanertidas, explicando-nos, todavia, porque teve tanto sucesso, séculos depois, pela sua simplicidade, na Idade Média.

Os cinco livros sobreviventes das Fábulas, consistem em 102 composições (93 fábulas reais, mais os prólogos e epílogos) reconhecidas como autênticas; outras 32 fábulas - não incluídas nos 5 livros canônicos, mas certamente autênticas - estão contidas no chamado Apêndice Perottina, tomado no século XV pelo humanista Niccolò Perotti, de códices agora perdidos.

A antiga sociedade romana estava spanidida praticamente em três classes: patrícios, plebeus e, a classe da qual Fedro deve sua origem, os escravos, que compreendia a população recrutada entre os derrotados de guerra, considerados instrumentos de trabalho, sem nenhum direito político. Na fábula O lobo e o cordeiro, Fedro parece ter se baseado nos acontecimentos de sua época para, ao final, como lição de moral, dizer que "esta fábula foi escrita por causa daqueles homens que oprimem os inocentes com pretextos falsos".

Como o próprio Fedro nos informa, o ministro de Tibério, Sejano, o julgou, suspeitando de alusões indesejáveis aos poderosos. No entanto, ele saiu ileso, talvez devido à queda em desgraça e à morte do prefeito, e pôde continuar escrevendo sem ser perturbado até o império de Cláudio (41-54), ou talvez mesmo até o império de Nero (54-68).

Mais Informações: Wikipédia Inglesa

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Fábulas