Clássicos Literários Lista completa dos clássicos da literatura publicados em português.

Demóstenes

Orador Grego (384-322 a.C.)

Demóstenes foi um preeminente orador e político grego de Atenas. Sua oratória constitui uma importante expressão da capacidade intelectual da antiga Atenas, e providencia um olhar sobre a política e a cultura da Grécia durante o século IV a.C.. O Cânon Alexandrino, compilado por Aristófanes de Bizâncio e Aristarco de Samotrácia, reconheceu Demóstenes como um dos dez maiores oradores e logógrafos áticos. Longinus comparou Demóstenes a um raio ardente e argumentou que ele "aperfeiçoou ao máximo o tom da fala altiva, das paixões vivas, da abundância e da prontidão". Quintiliano o exaltou como lex orandi ("o padrão da oratória"). Cícero disse que inter omnis una excellat ("ele está sozinho entre todos os oradores"), e também o aclamou como "o orador perfeito" a quem nada faltou.

Segundo uma história repetida por Plutarco, quando Demóstenes era adolescente, sua curiosidade foi percebida pelo orador Calístrato. De acordo com Friedrich Nietzsche, um filólogo alemão, e Constantine Paparrigopoulos, um importante historiador grego moderno, Demóstenes foi um estudante de Isócrates; de acordo com Cícero, Quintiliano e o biógrafo romano Hermipo, ele foi um aluno de Platão. Luciano, um retórico e satírico romano, lista os filósofos Aristóteles, Teofrasto e Xenócrates entre seus professores. Essas reivindicações são contestadas atualmente.

Demóstenes começou a aprender retórica porque desejava levar os seus tutores ao tribunal, e porque era "fraco" fisicamente e não podia receber educação ginástica, o que era costume. Aos sete anos de idade, Demóstenes perdeu o pai e teve sua herança roubada por seus tutores, aos 20 anos proferiu seus primeiros discursos judiciais, nos quais argumentou com eficácia para ganhar de seus tutores o que restava de sua herança. Garoto ainda, Demóstenes assistiu a um julgamento no qual o orador Calístrato teve um desempenho brilhante e mudou um veredicto que parecia selado. Demóstenes invejou a glória de Calístrato ao ver a multidão escoltá-lo e felicitá-lo, mas ficou ainda mais impressionado com o poder da palavra.

Por algum tempo, Demóstenes ganhou a vida como redator de discursos profissional (logógrafo), escrevendo discursos para uso em processos judiciais particulares. Entre 355 e 351 a.C., Demóstenes continuou a exercer a advocacia em particular, enquanto se interessava cada vez mais pelos negócios públicos. Durante este período, ele escreveu Contra Androção e Contra Leptines, dois ataques ferozes a inspaníduos que tentaram revogar certas isenções fiscais. Em Contra Timócrates e Contra Aristócrates, ele defendeu a eliminação da corrupção. Todos esses discursos, que oferecem um primeiro vislumbre de seus princípios gerais sobre política externa, como a importância da marinha, das alianças e da honra nacional, são processos contra inspaníduos acusados ​​de propor ilegalmente textos legislativos.

Sua vida como orador e político foi dedicada à defesa de Atenas que se via ameaçada por Filipe II da Macedônia. Contra o líder macedônio, Demóstenes escreveu inúmeros discursos que ficaram conhecidos como Filípicas. O objetivo era conclamar os cidadãos atenienses e arregimentar forças contra a Macedônia antes que fosse tarde demais. Em 338 a.C., Demóstenes participou da batalha de Queroneia — na qual Atenas foi derrotada pela Macedônia e marcou o início do domínio de Filipe e depois de Alexandre, o Grande, sobre a Grécia.

Após 335 a.C., Demóstenes vê decair tanto sua reputação quanto influência. Chegou mesmo a ser condenado por ter se deixado comprar por um ministro de Alexandre e facilitar sua fuga de Atenas. Foi preso, mas conseguiu fugir, exilando-se de Atenas por um longo período. Após a morte de Alexandre, em 323 a.C., Demóstenes é chamado de volta e retoma suas atividades. Alia-se, então, à revolta contra Antípatro. Tendo falhado tal revolta, Antípatro exige a entrega dos chefes revoltosos. Demóstenes foge para o templo de Poseidon na ilha grega de Calauria. Quando percebe que está cercado pelos soldados de Antípatro, suicida-se com veneno.

Mais Informações: Wikipédia Inglesa

Obras de Demóstenes

Edições em Português

A Oração da Coroa

Filípicas; Sobre as Questões da Quersoneso