Aristófanes
Dramaturgo Grego (447-385 a.C.)Aristófanes foi um dramaturgo grego. Nasceu em Atenas e, embora sua vida seja pouco conhecida, sua obra permite deduzir que teve uma formação requintada. Escreveu mais de quarenta peças, das quais apenas onze são integralmente conhecidas. Aristófanes viveu toda a sua juventude sob o esplendor do século de Péricles e viu o início da Guerra do Peloponeso, que arruinou a Hélade. Ele, da mesma forma, viu de perto o papel nocivo dos demagogos na destruição econômica, militar e cultural de sua cidade-estado. À sua volta, à volta da acrópole de Atenas, florescia a sofística – a arte da persuasão –, que subvertia os conceitos religiosos, políticos, sociais e culturais da sua civilização.
Conservador, revela certa hostilidade aos deuses, bem como às inovações sociopolíticas e aos homens responsáveis por elas. Seus heróis defendem o passado de Atenas, os valores democráticos tradicionais, as virtudes cívicas e a solidariedade social. Violentamente satírico, critica a pomposidade, a impostura, os desmandos e a corrupção na sociedade em que viveu. Seus alvos são as personalidades influentes: políticos, poetas, filósofos, cientistas, velhos ou jovens, ricos ou pobres.
Também conhecido como "O Pai da Comédia", foi dito que Aristófanes recriou a vida da Atenas antiga de forma mais convincente do que qualquer outro autor. Seus poderes de ridículo eram temidos e reconhecidos por seus contemporâneos. Comenta em diálogos mordazes e inteligentes todos os temas importantes da época – a Guerra do Peloponeso entre Atenas e Esparta, os métodos de educação, as discussões filosóficas, o papel da mulher na sociedade, o surgimento da classe média.
Aristófanes afirmou estar escrevendo para um público inteligente e perspicaz, mas também declarou que julgaria o público de acordo com a recepção de suas peças. Ele, às vezes, se gaba de sua originalidade como dramaturgo, mas suas peças consistentemente defendem a oposição às novas influências radicais na sociedade ateniense. Ele caricaturou figuras importantes nas artes (Eurípides, cuja influência em seu próprio trabalho, entretanto, ele reconheceu de má vontade), na política (especialmente o populista Cleon), e em filosofia e religião (onde Sócrates era o alvo mais óbvio). Essas caricaturas parecem sugerir que Aristófanes era um conservador antiquado, mas essa visão dele leva a contradições.
Quando a primeira peça de Aristófanes, O Banquete, foi apresentada, Atenas era uma potência imperial ambiciosa e a Guerra do Peloponeso estava apenas no seu quarto ano. Suas peças costumam expressar orgulho pelas conquistas da geração mais velha (os vencedores em Maratona), mas se opõem veementemente à guerra com Esparta. As peças são particularmente severas nas críticas aos aproveitadores da guerra, entre os quais populistas como Cleon figuram com destaque. Na época em que sua última peça foi produzida (386 a.C.), Atenas havia sido derrotada na guerra, seu império havia sido desmantelado e havia passado por uma transformação política e intelectual. Aristófanes fez parte dessa transformação e colaborou com as modas intelectuais do período. A estrutura de suas peças evoluiu da Velha Comédia até que, em sua última peça sobrevivente, Riqueza II, ela se assemelha mais à Nova Comédia. No entanto, é incerto se ele liderou ou apenas respondeu às mudanças nas expectativas do público.
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